segunda-feira, 11 de maio de 2009

2. Economia em perspectiva

Manter a máquina da economia funcionando indefinidamente, como pensa alguns economistas que fazem cálculos para o indefinidamente de uma ou duas gerações, com a população mundial crescendo a cerca de 2% ao ano, é importante que a economia dos países cresça. Talvez não 10 a 11% como a China nos últimos anos, mas, quem sabe de 3 a 4%. Para a maioria dos pesquisadores, das diversas áreas, é consenso a necessidade de crescimento da economia, resolvendo problemas de abastecimento, de emprego, de pobreza e a pressão sobre o meio ambiente e os recursos naturais será resolvida em um futuro breve.

Citar as trapalhadas do ex-presidente George W. Bush não causa mais comoção, mas como presidente dos EUA, em fevereiro de 2002, declarou em rede nacional: “Como chave do progresso do meio ambiente, fornecendo os recursos que permitem investir nas tecnologias limpas, o crescimento econômico é a solução, não o problema.” Para muitos o crescimento da economia é a solução para problemas ambientais e sociais, criando empregos e propiciando uma distribuição mais igualitária. Atualmente esta teoria é questionada pelas estatísticas.

Para Meadows, Randers e Meadows (2007) as formas atuais de crescimento, em vez de reduzir, como alega o antigo presidente, perpetuam a pobreza e aumentam a distância entre ricos e pobres. O aumento da produção industrial mundial em 14 vezes desde 1930, fez com que muitas pessoas enriquecessem, mas não eliminou a pobreza. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento denuncia que, em 1960, 20% da população mundial que vivia nos países mais ricos possuíam uma renda per capta 30 vezes maior que os 20% que viviam nos países mais pobres. Em 1995 esta relação pulou de 30:1 para 82:1. Ainda segundo estes autores, a metade mais pobre da população brasileira, em 1960, recebia 18% da renda nacional e somente 12% em 1995. Dez por cento dos brasileiros mais ricos recebiam 54% da renda nacional em 1960, aumentando para 63% em 1995.

Antigamente podia-se aceitar a vinculação do crescimento econômico com o nível de empregos, as fábricas necessitavam de pessoal para trabalhar com as diversas máquinas. Hoje a automação e a informática estão substituindo o trabalho laboral por pessoal especializado. Até no campo, com tratores e colheitadeiras, isso ocorre. Então o crescimento passa a ser algo matemático, estatístico. Baudrillard (2007) denuncia que o PIB, a contabilização do crescimento, é um bluff coletivo das sociedades modernas. Para seu cálculo só entram fatores visíveis e mensuráveis segundo o critério da racionalidade econômica. Nele não se computam o trabalho doméstico das mulheres, nem a investigação, nem a cultura, muito menos o trabalho que o meio ambiente faz de graça como limpeza de rios e mares, a captação de CO2 e liberação de O2 bem como a manutenção do clima. Mas podem entrar no cálculo coisas sem propósito pelo fato de serem mensuráveis. Em todo caso, estas contabilidades não conhecem sinal negativo, tudo é adicionado sejam gastos com venda de cigarros ou do cuidado com os doentes que fumaram estes mesmos cigarros, sejam de reparos de furacões, enchentes e secas. As despesas são computadas e torna-se aumento da produção e da riqueza social.

E o conhecimento, a criatividade e a riqueza pessoal reduzem o tempo a ser laborado, pois quem tem dinheiro pode ganhar mais dinheiro pelo simples fato de já o possuírem, sem empregar trabalho. Prerrogativa de uma elite que pode aproveitar oportunidades para pensar tendências de mercado e ócio. Outros que trabalham demasiado em aspectos braçais, os trabalhadores do chão de fábrica, por exemplo, não conseguem amealhar muito, apenas para sua subsistência, quando ainda conseguem manter o emprego.

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