segunda-feira, 11 de maio de 2009

4. Problemas inerentes do crescimento

Diversos autores já comentaram a direção que os países estão tomando devido ao modelo industrial-desenvolvimentista adotado na maioria dos países, sem se importar com as questões sócio-ambientais. Embora alguns economistas já afirmassem que é imoral um empresário negligenciar o lucro, para este modelo industrial-desenvolvimentista o que interesse é o lucro, não de onde vem a matéria prima ou para onde vão os resíduos ou se existe trabalho para todos os que necessitam.

Para Flannery (2006), um influente ambientalista, a subida do nível dos mares, se realmente acontecer como previsto por diversos cientistas, desalojará milhões de pessoas e empresas nas regiões costeiras. Al Gore (2006), embora com certa conotação política, comenta a evaporação do solo e das águas dos rios e oceanos pelo aquecimento global, causando secas e enchentes em diversas regiões de um mesmo país, e denuncia também a infestação de mosquitos, a proliferação de pragas em cidades antes consideradas imune devido à sua alta latitude, como Harare e Nairobi.

Rees (2005) escreve sobre as ameaças humanas à Terra, denunciando tanto sobre a grande quantidade de seres humanos como do seu estilo de vida – semelhante ao padrão americano ou europeu, que exerce enormes pressões sobre os recursos naturais – minerais ou não. Para Rees (2005), bem como para Meadows, Randers & Meadows (2007), Wilson (2002) e Hawken (1993), existem limites físicos teóricos envolvidos no crescimento, os quais a população humana já ultrapassou ou está prestes a ultrapassar. Com os atuais 6,6 bilhões de pessoas, a quantidade de água potável e terras aráveis per capta estão atingindo níveis perigosos. O que se denomina pegada ecológica - a quantidade de planeta que cabe a cada um de nós para suprir as necessidades de alimento, água, habitação, energia, despejo de resíduos, seja em terras agricultáveis seja em porção de oceano. A média mundial é de 1,9 hectares per capta, embora a população americana possua uma pegada de 9,6 hectares, um canadense 7,2, um europeu médio 4,5 e os países em desenvolvimento um hectare. O limite teórico, de 1,4 ha foi, portanto, ultrapassado.

Assim, ao exemplo da capacidade de carga usada, que deve ser respeitada para não comprometer determinados ambientes, se se tomar como indicador de nosso modo de vida para o meio ambiente, obter-se ão resultados insustentáveis, tanto do ponto de vista da eqüidade nos direitos de retirada da natureza, quanto do ponto de vista da capacidade de regeneração da biosfera.

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